às vezes eu não escrevo tudo quanto penso, muito menos penso em tudo o que escrevo. há vezes em que escrevo à alguém, outras à ninguém. vezes em que embaralho destinatários, permuto histórias e deixo tudo tão confuso que passa a fazer sentido de menos... ou demais. compulsão. a tentativa de fazer não ter sentido parece ter sido falha.
às vezes só quero encontrar uma maneira de extravasar anseios e dúvidas em palavras, de transpor gestos por meio de frases. quero que dêem ouvido aquele que não pronuncia uma só sílaba.
e todas essas entrelinhas entorpecem o discernimento, o meu e o teu. e eu que desaprendi as grandes técnicas de esconde-esconde. mas não entenda errado, dê mais atenção ao que ainda não foi escrito. se souber enxergar através desse restrito vocabulário, verá que não há desdém em uma só palavra que digito.
prometo não mais satisfazer-me com partes. nada se credita a favor das metades quando se pode ter o inteiro. constatação pessoal. prometo não mais simular contentamento e não me impor condescendência. hoje, dispo-me de qualquer forma não plena de intensidades para vivenciar a gangorra que deixei entrar pela porta da frente e que, diga-se de passagem, é dona de tamanha benevolência que tem-me permitido alcançar o céu.
para a eficácia em potencial desse mais novo e evoluído “eu”, poupem-me de ofertas que se restrinjam a sentimentos e atitudes medíocres. não percam tempo ofertando-me inalcançáveis palavras impostoras, sentimentos indeterminados ou seus corações interditados. vozes trêmulas e frases decoradas não me convencem. eu posso muito mais do que isso. e isso porque eu posso absolutamente tudo o que eu quiser.
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